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Xavi Hernández e a sua visão do Futebol



As principais ideias do modelo de jogo de Xavi Hernández foram explicadas na página Coaches Voice. Vídeo completo no final do artigo:


Ter a bola é o mais importante: - “Tenho claro em mim que a minha equipa tem de ter a bola e sofro quando não a temos, portanto faço todos os possíveis para dominar o jogo através da posse. Independentemente do sistema, o mais importante é este modelo que falámos: totalmente dominante com bola. Sou obcecado com a posse, mas não em ter bola só por ter mas para atacar, criar ocasiões e agredir o adversário. Quando temos a bola o mais importante é ampliar e abrir o campo, o mais largo e profundo possível”.


O sistema e as principais dinâmicas: "Utilizo um sistema de 3-4-3, com dois alas bem abertos e bem profundos, em cima da linha defensiva contrária, para abrir o campo em largura e em profundidade. Porquê 3 centrais? Do lado contrário estão a jogar em 4-4-2, assim interessa-me ter 3 homens para gerar superioridade numérica. Se me pressionam com 2 avançados quero sair com 3 para criar superioridade. Se pressionassem com 3, adicionava mais um e faríamos 4v3. E assim constantemente porque o que busco é criar superioridades numéricas ao longo de todo o campo”.

Figura 1: Extremos abertos em largura e profundidade e interiores sempre num quadrado formado pelo lateral, central, extremo e médio adversários


Busca pelo Homem Livre: "Com bola no GR, colocamos os alas largos e profundos para fixar a linha defensiva adversária. A seguir um central abre ao lado do GR, outro faz o mesmo do outro lado e um dos médios pode vir pedir por fora no corredor ou o central pode abrir por fora e o médio ir buscar perto do GR, sempre com o outro médio a assumir a posição 6. E assim provocamos um 8×6, que trabalhamos constantemente no treino. Quantos homens livres há? 2. Então temos de os encontrar e todos têm de entender onde está essa solução para bater uma pressão alta. Se não nos saltam logo à pressão e mantêm a marcação individual, o central tem de progredir para fixar um adversário e gerar situações micro de 2v1 ou apoios frontais com utilização da dinâmica do 3º jogador para deixar alguém a jogar de frente”.

Figura 2: Superioridade numérica de 6 v 4 em zonas de construção e zona média, o objetivo é buscar os 2 homens livres


Ataque posicional frente a uma linha defensiva a 5: "Na fase de criação, os nossos interiores podem rematar, ir no um contra um ou terão os diferentes movimentos que treinamos na eventualidade de lidarmos com linhas de 5: combinações curtas com o 9, movimentos de rutura do ala ou dos médios interiores no espaço ala-central e situações de 2v1 no corredor contra o ala adversário”.


Estrutura formada por centrais e "6" para criação de superioridade numérica: "Os dois centrais são os responsáveis pela vigilância defensiva do "9" adversário"

O triângulo de 3 (centrais e "6") é crucial no momento de criação para garantir superioridade numérica - permite a atração dos médios adversários e garante espaço para a bola entrar nos médios interiores e permite que estes fiquem de frente para linha defensiva adversária.


Organização defensiva em bloco alto: "A nossa estrutura é de 4x3x3 e queremos pressionar alto. O que fazemos? O pivot defensivo é o elemento que fica livre e que nos vai ajudar a pressionar alto. Como saltamos na pressão? 9 com central, interior salta na pressão no outro central adversário, médio defensivo com pivot adversário e um dos centrais entre marcação individual ao homem livre e proteção do espaço"

Principais objetivos ao pressionar com bloco alto: Garantir igualdade numérica em momento de construção de jogo do adversário, fechar linhas de passe, forçar adversário a ir por determinado caminho e ativar pressão no timing correto.


Figura 3: Organização defensiva em bloco alto


E quando adversário joga diretamente na frente?: obrigatório ter compromisso defensivo e voltar para trás rápido. Muito importante ganhar a segunda bola.


Mudança da mentalidades e abertura dos jogadores para o Modelo: " Os jogadores tiveram de entender que a bola não é uma bomba, mas sim um tesouro, isso é o mais importante para nós. Organizamo-nos, dependemos e movemo-nos em função da bola. O que passo para os jogadores é que não sofram com a responsabilidade de ter a bola, e sim que desfrutem de ter a bola. Os treinos são todos com bola, começamos com meinhos, exercícios de posse e de jogo posicional. Insisto e encorajo que é muito importante ter a bola nos dias de hoje. A partir daí organizamo-nos na defesa e ataque para ter constantemente a bola. Acaba por ser um vício (ter a bola), eu vivi isso como jogador. Tento passar aos jogadores que o mais importante, mais bonito e mais precioso no futebol é ter a bola, dominar a partida com bola".



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