Regresso às competições europeias sem os encarnados conseguirem ultrapassar o fraco momento interno que atravessam.
A equipa do Benfica organizada em 4-4-2, com Pizzi a ocupar a posição de segundo avançado e com Chiquinho no corredor direito. A equipa do Shakhtar apresentava um esquema em 4-1-4-1/ 4-3-3.
Início da partida com o equilíbrio a prevalecer, mas com maior aproximação à área adversária por parte da formação ucraniana. Aos 15 minutos os ucranianos contavam já com 2 remates, enquanto o Benfica ainda não tinha rematado.
O Benfica com a construção de jogo habitual, exceto com uma mudança em relação a Pizzi e Chiquinho. No início do encontro, o Benfica tentava pressionar alto, algo que foi perdendo com o tempo. A equipa do Shakhtar "esperava" pelo Benfica até ao seu meio campo e, através de perdas de bola dos encarnados, saía em contra-ataques quase sempre perigosos.
O Benfica construía com os dois centrais e dois médios, com Pizzi, Chiquinho e Cervi entre linhas e com os dois laterais abertos nas alas. A equipa consegue circular a bola em zonas recuadas, mas continua com enorme dificuldade em causar perigo perto da área do adversário. Apesar disso, apresentou algumas dinâmicas interessantes pelo corredor direito com combinações entre Pizzi e Chiquinho, devido à maior criatividade e tomada de decisão que ambos oferecem.
A formação ucraniana construía com 3 elementos (Stepanenko descia e formava linha de 3 elementos) e com os 2 laterais abertos nos corredores. Kovalenko e Alan Patrick como principais referências para receber o primeiro passe dos 3 elementos mais recuados, Taison e Marlos entre linhas e Moraes mais avançado e algumas vezes a recuar para receber. Alan Patrick e Matviienko foram os jogadores que se destacaram neste momento do jogo.
Aos 20 minutos e depois de uma perda de bola do Benfica perto da área adversária surge o golo dos ucranianos, posteriormente invalidado. A equipa ucraniana apresenta a transição ofensiva e o ataque rápido como os seus principais pontos fortes e neste caso bastaram 3 jogadores para fazer a diferença. Felizmente para o Benfica, o golo foi anulado.
O Shakhtar dominava o jogo com exploração do espaço entre linhas através de passes verticais de Alan Patrick, Matviienko ou Stepanenko. Nessa zona Taison, Marlos e Moraes apresentavam combinações de enorme qualidade. O Benfica com uma organização defensiva com linhas muito próximas, mas com passividade ao nível do encurtamento do espaço e pouco agressivos nos duelos.
De destacar o funcionamento do flanco esquerdo do Shakhtar, com Ismaily, Alan Patrick e Taison a criarem enormes dificuldade a Tomás Tavares e Chiquinho. Quase metade dos ataques dos ucranianos aconteceram por esse corredor.
O Benfica sem conseguir criar jogo e entrar em zonas de finalização, devido às várias perdas de posse. Seferovic, por exemplo, completamente apagado do jogo e com vários momentos de perdas de bola.
Antes do intervalo, o Benfica consegue ter alguma posse de bola fruto da maior clarifidência de Chiquinho e Pizzi em espaço interior e da qualidade de Taarabt no início da construção. Apesar disso, a equipa não mostrava capacidade de chegar a zonas de finalização. Um caso raro em toda a primeira parte aconteceu aos 43 minutos, depois de combinação entre Grimaldo e Cervi, a equipa encarnada tem uma boa oportunidade por Pizzi.
Início da 2º parte muito complicada para os encarnados, que sentiam muitas dificuldades com as acelerações de Taison e Marlos. Ao minuto 46 surge mais uma grande oportunidade para o Shakhtar com passividade total dos jogadores encarnados que se deixam ultrapassar facilmente.
Alan Patrick (número 21) começa a asssumir-se como o homem da partida pela facilidade com que encontra soluções tanto em condução como em passe. O jogador foi um verdadeiro quebra cabeças para o meio campo do Benfica pelas combinações em zonas interiores com Taison, Kovalenko e Marlos, para de seguida explorar o espaço lateral, principalmente por Ismaily.
Benfica sofria várias ameaças de golo pela incapacidade de ter bola, pressão muito passiva e facilidade dos jogadores ucranianos driblarem os jogadores encarnados, que obrigava a sucessivas coberturas e, consequentes desposicionamentos.
A formação ucraniana colocava muitos jogadores em zonas interiores com os laterais a dar largura. No início da construção de jogo, Alan Patrick posicionava-se em frente do central (Matviienko) e juntamente com Ismaily (lateral encostado ao corredor e bem subido) e Taison (posicionado entre linha média e defensiva e descaído para o flanco esquerdo) formavam um triângulo que permitia soltar Ismaily para o cruzamento. Júnior Moraes, normalmente posicionava-se nas costas do lateral contrário de onde estava a bola ou entre os centrais para vir buscar jogo. Marlos em zonas mais recuadas para combinar com Alan Patrick e permitir que o mesmo avançasse no terreno. Kovalenko em zonas entre linhas, também disponível para combinar. Taison posicionava-se entre linhas e descaía, normalmente para o flanco esquerdo.
Com uma dinâmica coletiva ofensiva e rotativa (movimentações dos vários jogadores, que não tinham posições fixas) a dar primazia ao ataque rápido pelo corredor esquerdo ou pelo espaço entre linhas com mudanças de velocidade, o Shakhtar chegou à vantagem pelos 55 minutos. Através de uma jogada de enorme qualidade pelo corredor esquerdo surge o cruzamento e Moraes passa para Marlos, que com um amorti coloca a bola em Alan Patrick, que remata colocado para o golo.
Com um posicionamento mais eficaz, por exemplo Florentino marcar Taison e Tomás a encostar mais ao corredor e marcar Ismaily, esta bola de Matviienko não iria entrar com facilidade.
O Benfica tem uma reação forte e chega pouco tempo depois ao golo de penalti por Pizzi (aos 66 minutos), antecedido de uma bela combinação entre Taarabt, Chiquinho e Tomás. Penalti por falta sobre Cervi que Pizzi converte em golo. De destacar a descida no terreno de Pizzi para organizar jogo com Taarabat e Florentino, que deu mais discernimento e qualidade ao nível da tomada de decisão à equipa.
Depois do golo, o Shakhtar dominou novamente o jogo. O Benfica apresentava-se muito recuado, com linhas muito próximas e sem conseguir sair em transição. O Shakhtar neste momento a implementar um jogo de posse.
Aos 72 minutos surge o golo de Kovalenko (2-1 para os ucranianos), antecedido por erro nada habitual de Rubén Dias.
Até ao final do jogo, o Benfica conseguiu subir no terreno e criou uma boa oportunidade por Grimaldo, depois de uma jogada bem agilizada.
Destaques do jogo:
Alan Patrick- A facilidade com que encontra soluções faz parecer fácil, grande qualidade de passe, boa capacidade de progressão com bola e de chegada a zonas de finalização.
Matviienko- Apesar de ultrapassado no lance que origina o penalti para o Benfica, mostrou-se sempre seguro e mostrou uma grande qualidade na construção de jogo pela técnica e capacidade de passe a longas distâncias do seu pé esquerdo.
Chiquinho e Pizzi- Pelas combinações e pela maior capacidade de tomada de decisão, o meu destaque vai para estes dois jogadores que tentaram sempre encontrar as melhores soluções para a equipa.
Taarabt- Mais um jogo competente do médio pela sua criatividade e visão. Faz o passe em rutura para Tomás Tavares que origina o penalti num momento que curiosamente estava descaído para o flanco direito.
Redigido por Diogo Coelho
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