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O vendaval ofensivo da apaixonante Atalanta BC

Atualizado: 7 de jun. de 2020



Com um dos projetos mais inovadores e ambiciosos do Futebol Europeu, a Atalanta BC tem sido uma autêntica caixinha de surpresas nesta temporada.

Perceba as principais dinâmicas ofensivas do clube de Bérgamo em mais um artigo para o Bola na Rede. Para aceder ao artigo basta clicar no link abaixo:


Artigo completo:


Sob o comando de Gian Piero Gasperini, a Atalanta BC tem-se assumido como a grande sensação das competições europeias nesta temporada. O melhor ataque do campeonato italiano (com 70 golos!) e o quinto melhor ataque da liga dos campeões apresenta tendências inovadoras e interessantes que merecem um olhar mais profundo.


A disposição tática da Atalanta varia entre o 3-4-1-2, o 3-4-2-1 e o 3-5-2, algo que acaba por estar relacionado com o posicionamento de um dos homens de maior destaque da equipa italiana, Papu Gómez. Acaba por ser a peça chave de todo o processo ofensivo da equipa, não só pelas qualidades técnicas evidentes, mas principalmente pelo entendimento do jogo acima dos demais e pela liberdade que tem para criar e ligar o jogo ofensivo da equipa.


Fonte: Lineup Builder


Algo interessante e que já tínhamos referido nesta mesma rubrica no caso do Sheffield United FC é a subida dos centrais que interpretam o papel de laterais, como uma abordagem ofensiva diferente! Aliás, a rotatividade posicional é um dos princípios que melhor define a Atalanta. Com uma construção deveras peculiar, os comandados por Gasperini, colocam dois dos centrais como laterais (ficando um central no meio), um ou dois dos médios descem e posicionam-se entre central do meio e central que se encontra aberto junto ao corredor.


 A equipa raramente ataca pelo corredor central, apostando nomeadamente no ataque pelos corredores laterais. Este funcionamento de centrais quase como laterais permite também o avanço dos próprios laterais (Hateboer e Gosens) que funcionam como extremos. Com o apoio dos médios e de um dos avançados, a equipa italiana consegue criar um losango e uma superioridade numérica importante para combinar e progredir no terreno.


Fonte: Total Football Analysis


O trio do meio-campo caracteriza-se pela mobilidade dos seus jogadores e pela constante inversão do triângulo. Um aspeto fundamental que contribui para esta variabilidade ofensiva é a troca posicional entre médio e avançado. Normalmente um dos avançados baixa para participar na criação ofensiva e o outro oferece profundidade à equipa. Quando um dos avançados baixa para zonas de criação, um dos médios avança no terreno e ocupa a posição do avançado. Esta rotatividade posicional permite criar espaços e torna difícil para equipa adversária encaixar defensivamente nesta Atalanta.


Um dos pontos chave no ataque posicional da Atalanta é a formação de estruturas ofensivas fluídas e rotativas nos corredores laterais. Em momento de criação ofensiva, a equipa italiana coloca 4 jogadores junto aos corredores, formando um losango, e à medida que combinam, têm a liberdade de alternar posicionamentos. A equipa de Bérgamo consegue colocar jogadores suficientes para criar indefinição posicional na linha defensiva. As constantes desmarcações em espaço curto levam a desposicionamentos e à abertura de espaços que são de forma inteligente aproveitados pelos comandados de Gasperini.


Fonte: Total Football Analysis

Quando não conseguem combinar de um lado, de imediato, criam condições para atacar pelo lado oposto de forma rápida e eficiente. Porque no lado contrário, a estrutura ofensiva está já preparada para que quando a bola lá chegar a equipa consiga acelerar e chegar rápido a zonas de perigo.


Por atacarem de forma tão compacta, a equipa consegue colocar sempre 3 ou 4 homens em zonas de finalização. O lateral do lado contrário ao da bola, um ou dois dos médios e um avançado aparecem na área para finalizar.


A Atalanta é uma equipa que ataca com linhas próximas e que consegue preparar de forma eficiente a perda de bola. Quando chegam a zonas de finalização, a distância entre a primeira linha e a última linha é de apenas 30 metros! Esta compactação ofensiva e o posicionamento de 3 ou 4 homens mais recuados, responsáveis pela marcação a referências de transição do adversário, permitem à equipa italiana manter o equilíbrio no momento pós-perda.


Com jogadores como Ilicic, Gómez, De Roon, Freuler, Pašalić, Gosens ou Zapata, e com todas as dinâmicas completamente assimiladas, a Atalanta de Gasperini é já uma das principais equipas italianas e promete futuramente marcar uma posição no cenário europeu e continuar a conquistar um espaço de cada vez mais relevo no campeonato italiano.

Uma equipa que privilegia um futebol associativo, com constantes relações entre jogadores, e que está a fazer as delícias dos amantes do futebol espetáculo!


No vídeo pode perceber todos as dinâmicas em organização ofensiva referidas em texto:

Redigido por: Diogo Coelho

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