A orientação corporal da última linha defensiva, e a importância da eficiência para se ser “mais rápido”
O jogo em todas as suas dimensões torna-se inexplicavelmente complexo, uma vez que o mesmo encerra em si variantes do mais diferente tipo, e é influenciado por fatores de origem totalmente distinta. O mesmo para se tornar completo e rico, no entender de quem rediz este artigo, deve ser pensado e sustentado em todos os momentos e sub-momentos que o compõem, e só assim se poderá aproximar da perfeição, perfeição essa que estará sempre impossível de alcançar… daí a complexidade inexplicável. Se nos debruçarmos sobre um ponto ínfimo do jogo, mas para mim de vital importância para uma boa articulação defensiva de uma equipa, em que contexto for… chegamos ao tão aclamado controlo de profundidade, muitas vezes defendido e pouco sustentado na verdade, mas fica sempre bem falar nele… O controlo de profundidade, não é só “controlar o espaço” e “subir e baixar”, se formos ao pormenor, podemos até falar de orientação corporal e visual dos jogadores que compõem o setor defensivo de uma equipa. Esta orientação deve ser feita para aquilo que é mais importante no jogo, a BOLA (infelizmente tantas vezes desvalorizada e mal tratada), isto é, os jogadores que constituem o setor defensivo de uma equipa, no momento defensivo, devem-se orientar de forma lateral e para a bola, de forma a conseguirem ter um ângulo de visão mais útil, percecionarem mais rapidamente a intenção do portador e assim agirem mais rápido, porque até a defender devemos agir e não reagir!
No lance abaixo, que se torna notório, porque termina em golo, depois corrigido pelo VAR, é possível observar uma ação menos conseguida do jogador assinalado (Luiz Felipe), uma vez que o mesmo, inicialmente se orientava corretamente para a bola, mas, aquando da intenção do portador lançar à profundidade, roda apoios para “procurar” o adversário direto, perde a vantagem qualitativa e posicional que detinha, e, quando tenta corrigir o posicionamento, porque a bola fica alcançável, fica não só impedido de tentar a interceção, como passa a ser perseguidor do adversário direto, perdendo a frente do lance para o mesmo e deixando-o à mercê de um 1x1 com o seu guarda-redes.
Porque o pormenor é aquele que realmente determina a diferença, e que diferença faz quando o dominamos e sustentamos!
O autor deste artigo escreve as suas rubricas ao abrigo do seu “acordo futebolístico”, pelo que as suas rubricas assentam sempre na visão que tem sobre o jogo, porque dentro do jogo, há muitos jogos que podem ser jogados, mas há um que o desperta acima de qualquer outro.
Redigido por Rúben Pinheiro
Licenciado em Treino Desportivo, com especialização em Futebol pela Escola Superior de Desporto de Rio Maior, prestes a defender a sua tese na mesma instituição de ensino. Tem 23 anos, Treinador UEFA B, com passagens por Sporting C.P., equipa B e Sub-19 Feminina, Belenenses SAD Sub-23 e atualmente treinador principal no campeonato nacional de Sub-15 no S.C.U. Torreense. Acima de tudo, apaixonado pelo jogo de futebol, pelo treino, pelo pensamento e reflexão acerca do mesmo e, sobretudo, apaixonado pela forma como as suas equipas jogam, assente no pormenor, no desenvolvimento individual através do coletivo, e na importância de dar prazer a quem joga e quem vê jogar!
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