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Leão bebe que Amorim ajuda a crescer!

Atualizado: 2 de jul. de 2020



Rúben Amorim mantém o registo de nunca ter perdido, desde a sua estreia como treinador principal na Liga Nos com a curiosidade de ter assumido o comando técnico de duas equipas: SC Braga e Sporting CP.

Fiel em ambos os clubes aos seus princípios e modelo de jogo, estruturado num peculiar 3-4-3, verifica-se confiança no seio leonino, algo pouco visto nesta intermitente temporada.


EQUIPA TIPO:


* Média de idades dos jogadores titulares no último jogo extremamente baixa: 23,3 anos



LARGURA OFENSIVA COMO PRINCÍPIO DE JOGO


Na 1ª fase de construção com a saída a 3 defesas, denota-se desde logo o realizar de "campo grande", forçando o alargar das marcações adversárias e forçando ao máximo o tentar obter espaços livres necessários para saídas de jogo curtas, em posse e sem oposição rival. 



Com os 3 defesas , os dois defesas laterais recuam para perto da linha de fundo sempre que necessário para dar linhas de passe curtas ao seu guarda-redes, enquanto que o líbero mantém-se numa posição mais adiantada, para ou fixar marcações adversárias, ou caso estas sejam descuradas, dar uma linha de passe mais a frente.



Importância também do líbero para conseguir ler o jogo de frente e conseguir detetar superioridades ou igualdades numéricas, podendo recorrer a passes mais verticais queimando linhas adversárias, ou passes longos para os corredores laterais.



Contudo, e sentindo que o adversário consegue impedir essas saídas através de um forte pressing e marcações apertadas, a equipa não hesita em recorrer ao esticar de jogo através de passes longos, procurando essencialmente o avançado centro Sporar que recuando entre-linhas, procura ganhar de cabeça a primeira bola, enquanto que os extremos Jovane e Plata mais por dentro, arrancam desde trás, em velocidade nas costas dos defesas oponentes.


Ainda no que respeita às saídas de jogo desde trás, a equipa técnica dos leões opta pela titularidade de Borja e Eduardo Quaresma, jogadores com ótima relação com bola e capazes de se envolverem no processo ofensivo, podendo ser sempre opções para se envolverem ofensivamente e gerar superioridades nos corredores laterais, tal como Rúben Amorim chegou a apresentar como treinador do Braga com sucesso. 

No entanto, os dois defesas ainda poderão arriscar mais e subir até ao último terço ofensivo para poder desequilibrar e corresponder ao pretendido.

Ainda de realçar a presença de dois médios com qualidade criativa no centro do terreno e com boa capacidade de transitar em velocidade e em transporte de bola (ligando muitas vezes as fases de construção com as zonas mais adiantadas do terreno), como são os casos de Wendell e Matheus Nunes, em detrimento de um médio com características mais físicas e defensivas como Battaglia ou Doumbia.


Nesta zona do terreno a largura ofensiva mantém-se como primordial para o jogar da equipa, desta vez com os alas bem abertos, combinando nos corredores laterais com os extremos. Estes por sua vez, vão intercalando jogo interior com jogo exterior, sendo extremamente velozes e técnicos, dotando a equipa de muita imprevisibilidade ofensiva.



De mencionar ainda as características de ambos extremos (Plata e Jovane), extremamente rápidos e fortíssimos no 1x1. Jovane Cabral tem mesmo dado nas vistas desde que a equipa técnica de Rúben Amorim assumiu os destinos do clube, sabendo aproveitar as suas características na sua plenitude, essencialmente o seu grande oportunismo no momento de finalizar as jogadas e as suas capacidade físicas e técnicas ( resistência, força, capacidade de remate de longa distância, velocidade e execução de livres directos), disfarçando e melhorando alguma irregularidade exibicional e nas tomadas de decisão.


Por diversas vezes, o avançado recua entre-linhas pedindo bola, servindo como "isco" e arrastando marcações adversárias e abrindo espaços para entradas dos extremos por dentro. 



Várias variações dos corredores de jogo aproveitando a largura ofensiva da equipa com paciência, forçando o adversário a bascular constantemente de um corredor para o outro, até os leoninos encontrarem os espaços adequados para terem liberdade, ora para tirar cruzamentos venenosos para a área, ora para aproveitar situações de igualdades numéricas que permitam aos seus extremos exprimir as suas enormes qualidades técnicas.

Ainda no último terço do terreno e muito devido à mobilidade e velocidade dos seus atacantes, exploram muito as costas das defesas adversárias seja através de bolas longas, seja no recurso ao último passe ou até penetrações em velocidade com bola.


IMPORTÂNCIA DA LIGAÇÃO REALIZADA PELOS MÉDIOS CENTRAIS:



PROCESSO DEFENSIVO


Como equipa grande que é, o modelo de jogo leonino procura condicionar o adversário ao máximo, com um bloco subido no terreno, forte reação à perda, agressivos sobre o portador da bola e tentando roubar o esférico em zonas o mais avançadas no terreno possível.



No último terço defensivo defende bem a largura, recorrendo a uma linha de 5 defesas. 

Com a presença de várias peças no momento de organização defensiva, garante sempre presença de vários homens para marcações dentro da área !



Contudo, e como a presença de várias unidades na linha defensiva não é o garante de qualidade no posicionamento e rigor nas marcações, denotam-se algumas falhas neste aspecto:



Ainda de realçar que a busca por uma pressão alta e em zonas subidas do terreno, conjugada com a presença de dois médios sem características tão defensivas, leva a que haja algum espaço entre-linhas (defesa-meio campo) com adversários a aproveitar as costas dos médios centro.


PROCESSOS SIMPLES, MAS EFICAZES


Amorim aos poucos e poucos, recorrendo a processos simples, vai conseguindo não só ganhar jogos/pontos, como praticar um futebol atrativo.

 Após o controverso recomeço do campeonato pós-Covid, dos três grandes passou a ser a equipa mais regular (1 empate e 3 vitórias seguidas / 8 golos marcados e 3 golos sofridos), conseguindo mesmo recuperar 5 pontos ao segundo classificado Benfica....


O PODER CRESCER SEM A PRESSÃO DOS RESULTADOS

O leão vai crescendo sob novo comando técnico, o terceiro desde o início da temporada (Keizer e Silas foram os anteriores), com resultados e desempenhos que trazem confiança aos de Alvalade e com aposta na prata da casa, seguindo o rótulo de clube formador de jovens com talento e potencial.  Nesta recta final, também ajuda a este crescimento a não pressão de ter de lutar pelo título, pois esse é já uma miragem, mas será interessante mais a frente, verificar como se comportará a equipa nos clássicos  de elevado grau de exigência frente a FC Porto e SL Benfica. 

REDIGIDO POR: Flávio Vieira Sousa


1 Comment


Mateo Alves
Mateo Alves
Jul 01, 2020

Super interessante!! Muito bom perceber as dinâmicas dos leões!!

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