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Bruno, o encantador de Wolves



Bruno Lage teve a audácia de romper com um passado de sucesso no Wolverhampton, dirigido até então por Nuno Espírito Santo, com um futebol baseado numa excelente organização defensiva e rápidos e virtuosos contra ataques, para um futebol coletivo, onde a elaboração de um futebol positivo vem encantando o futebol inglês.


Viaje connosco e acompanhe esta análise coletiva da equipa de Bruno Lage:


Com dois sistemas táticos predominantes, os Wolves estruturam-se num 3x4x3 ou num 3x5x2, onde as dinâmicas ofensivas e defensivas estão bem patentes e são transversais aos dois sistemas.


Organização Ofensiva


A equipa que utiliza uma construção curta, apoiada e assente numa estrutura bem definida a nível posicional:


- Construção com os 3 Defesas Centrais + Rúben Neves;

- No 3x4x3, Moutinho mais/ou dois Extremos numa linha mais avançada ou, no 3x5x2, os dois Interiores mais um dos Avançados (3+1+3);

- Defesas Laterais alternam num comportamento de mais projetados ou mais baixos para ser solução em apoio;

- Muitas trocas posicionais entre Defesa Lateral e Extremo;

- Solução de apoio frontal do Ponta Lança (Jiménez) para equipa bater pressões mais altas do adversário.

- Ligação do Defesa Central direto no corredor lateral para aceleração;

- Formação de triângulos sobre a bola para facilitar circulação, chamar pressão adversária e libertar no corredor oposto para sair com apoio do Defesa Central que invade o meio campo adversário em apoio.



Criação / Finalização

Também em ataque posicional e numa 2ª fase de construção, os Wolves apresentam a dinâmica do Defesa Lateral por terrenos interiores com o Extremo a receber aberto, neste caso concreto vemos Marçal a pisar terrenos interiores para que o Podence possa receber aberto e a partir daí consiga combinar com Marçal ou aproveitar o espaço criado pelo colega.


Outra dinâmica é a ligação direta do Defesa Central Lateral com o Ponta de Lança (Jiménez), forte no jogo de apoio, servindo depois de bandeja os colegas do ataque nos movimentos de rutura no espaço (Podence/Trincão).



Com Bruno Lage os Wolves tornaram-se uma equipa com um jogo posicional forte, com o objetivo de mover o bloco defensivo do adversário e encontrar o espaço, por isso vemos muitas vezes o “dançar” do bloco para aproveitar o espaço criado pelos movimento de rutura no espaço dos Defesas Laterais.


- Acumulação dos dois Avançados Interiores perto do Ponta de Lança, permite com facilidade as triangulações e combinações curtas para perfurar a última linha defensiva.



Organização Defensiva


Neste momento de jogo a equipa dos Wolves são das mais consistentes da Premier League, com umas das melhores defesas da competição.


Quer num 5x3x2 ou num 5x2x3, a sua organização é pautada por não deixar o adversário jogar por dentro do seu bloco defensivo, orientando a pressão para as zonas de corredor lateral e aí serem agressivos e fortemente pressionantes.


- Marcações individuais para obrigar o adversário a jogar longo ou encurralar o adversário em zonas exteriores e atacar rápido a baliza adversária;

- Boa leitura da linha defensiva quando a pressão é batida e existe bola descoberta, baixando imediatamente a linha defensiva e cortando o perigo adversário.



- Os comportamentos num Bloco Médio ou Baixo não divergem de linhas bem compactas, bloco orientando a pressão para corredor lateral e não deixar ligar nos médios adversários nas costas da pressão, dando sempre a sensação do adversário ter bola mas ir para onde os Wolves deixarem e quiserem - “falsa sensação de controlo do jogo”;


- Estrategicamente o 5x2x3 ou 5x4x1 no momento defensivo são utilizados quando a equipa quer defender bem a largura do adversário e, principalmente, quando o adversário acumula mais que um jogador na largura;


- O 5x3x2 é utilizado quando o adversário tem um jogo interior mais forte ou acumula muita gente por dentro, procurando assim Bruno Lage criar superioridades ou igualdades numéricas.



Mantém o que de melhor o Wolverhampton tinha…



Se havia coisas muito bem feitas por Nuno Espírito Santo, era a vertiginosa e rápida saída para ataque depois de momentos de recuperação e, apesar de Lage ter dado um toque perfumado ao futebol os Wolves, manteve este momento em que jogadores como Podence, Jiménez, Adama Traoré (emprestado, então ao Barcelona) ou Pedro Neto faziam tanta diferença…


Podence a clara figura do ataque do Wolverhampton, pela mobilidade, pela aceleração e desaceleração, pelas combinações, por desbloquear jogo difíceis e com golo nos pés… Alô? Seleção Portuguesa? És tu ? Estou a chegar!


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