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A dinâmica dos falsos noves e o desmontar de estruturas defensivas- O exemplo do Manchester City FC

Atualizado: 7 de jun. de 2020


Fonte: Manchester City FC


No jogo frente ao Real Madrid a contar para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o Manchester City apresentou dinâmicas diferentes daquelas que são o normal. Não é habitual ver uma equipa de Guardiola com "apenas" 51% posse de bola e com tantos passes longos do seu guarda-redes, mas foi a abordagem que este entendeu ser a melhor para sair com uma vitória nesta primeira mão realizada no Santiago Bernabéu.

A pressão intensa do Real Madrid com linhas muito avançadas tem sido frequentemente apresentada pela equipa de Zidane. Sabendo disso, Guardiola poderia escolher entre superar essa pressão adversária ou definir uma estratégia diferente.

O Manchester City apresentou um 4-4-2, mas ao contrário do normal, Gabriel Jesus posicionava-se como extremo esquerdo e os dois "avançados" eram De Bruyne e Bernardo Silva. Ambos se posicionavam no espaço entre-linhas, como "falsos noves", retirando referências aos centrais da equipa espanhola. Assim, era criado uma indefinição nos defesas centrais da equipa espanhola relacionada com o acompanhamento da marcação aos dois homens ou manutenção dos seus posicionamentos e, consequentemente, oferecendo espaço e tempo aos dois jogadores para definir as ações. Outra alternativa para fechar o espaço central seria a aproximação da linha média da linha defensiva, de maneira a manter a equipa mais compacta. Porém, este comportamento não permitiria uma pressão alta eficaz como aquela que a equipa espanhola vinha a desenvolver ao longo da partida.

De maneira a explorar a profundidade e amplitude, Gabriel Jesus e Mahrez posicionavam-se no corredor junto à linha defensiva e sempre que a bola chegava a zonas de criação tinham liberdade para "disparar" nos respetivos flancos.

Ao longo da partida, a bola chegou várias vezes ao espaço entre a linha defensiva e média, onde estavam os dois jogadores do costume para acelerarem e explorarem o espaço. Apesar de, em organização ofensiva, raramente, conseguirem chegar a estas zonas de forma limpa, em momento de transição os dois jogadores conseguiam fazer toda a diferença. Quando recebiam a bola entre-linhas, tanto Gabriel Jesus (depois, Sterling) como Mahrez, realizavam diagonais em busca do espaço no corredor para serem servidos na profundidade. Muitas vezes, Carvajal (nomeadamente) e Mendy estavam desposicionados pelas incursões ofensivas que faziam e os dois extremos tinham espaço para percorrer no corredor.

De Bruyne acabou por ser o homem do jogo, porque dadas as suas características de velocidade de pensamento e de andamento, conseguia acelerar no espaço com grande intensidade e decidir como tão bem ele sabe.

Dois falsos noves que pareciam dois dez e um jogo que acabou por ser decidido com esta dinâmica!


Fonte: Canal 11 e Blog 11 Médios


Interessante como este comportamento do falso 9 é uma estratégia antiga utilizada por Guardiola no Barcelona FC (neste caso com Messi a assumir este papel). Estratégia essa que já foi explorada numa publicação neste blog e que poderá rever ou ver pela primeira vez no link abaixo:



Redigido por Diogo Coelho




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