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Velozes e Gloriosos - Afinal, como queres jogar Benfica?



A ocupar o terceiro lugar, o SL Benfica entrou em campo com a proibição de perder pontos, de forma a não deixar fugir ainda mais os rivais no topo da tabela classificativa.


O início foi bastante prometedor para os encarnados com dois golos, logo ao primeiro quarto de hora. A velocidade de Rafa e Darwin faziam toda a diferença, assim como a sua eficácia em frente à baliza.


A partir daí, a equipa do Benfica pareceu encostar-se à sombra de uma vantagem confortável e, até ao final da primeira parte, nunca conseguiu ter o controlo do jogo.


Mais uma vez este Benfica mostrou pouca capacidade de pressão e reação à perda, bastante espaço concebido ao adversário em zonas médias, médios sem a capacidade de ser importantes no momento de recuperação de bola, várias perdas de bola em zonas de criação, que descompensavam a equipa e permitiam transição ofensiva ao Famalicão.


Com Rafa, Seferovic e Darwin, a capacidade de criação na frente de ataque é parca, o que levava a inúmeras perdas de bola em espaços reduzidos. Além disso, a pouca competência de Weigl e João Mário para recuperar a bola, permitiu ao Famalicão crescer no jogo e criar situações de perigo, uma delas originando o golo.



A equipa mostra uma dificuldade evidente na gestão do espaço nas costas da linha defensiva: a incapacidade dos dois homens do meio-campo para cobrirem uma área mais abrangente, tal como a distância entre a linha média e defensiva, obriga a um maior acompanhamento hxh dos centrais aos avançados do Famalicão. E se é verdade que isso permite muitas vezes recuperar a bola em zonas mais adiantadas ou atrasar o ataque adversário para que a equipa consiga ajustar posicionamentos, também acaba por destapar setores que são bem aproveitados e originam lances de grande perigo.



Com a entrada de Taarabt para o meio-campo e com Rafa mais Darwin no ataque, a equipa tornou-se mais equilibrada, criativa e dinâmica, mas nem por isso mais segura em posse. O marroquino e o próprio João Mário têm maior liberdade para atacar e criar, porque com um meio-campo a 3 o espaço na zona intermédia será sempre menor. Logo no início da segunda parte, os encarnados conseguiram resolver o jogo. Taarabt, a partir daquilo que tem de melhor, capacidade de definição no passe de criação, fez toda a diferença ao lançar Rafa e Darwin para os dois golos da equipa.



O Benfica terá nos próximos jogos que perceber como quer jogar. É que ter homens no meio-campo que privilegiam um futebol associativo, mas sem a capacidade de recuperação da bola, e na frente ter 3 avançados que são eficientes quando há espaço, mas sem ele somam perdas de posse sucessivas, acaba por determinar um jogo partido, desequilibrado e com pouca criação. Muito possivelmente esta nuance tática de 3 médios e dois avançados com um perfil mais dinâmico e explosivo poderá vir a ter continuidade. Além de proteger a equipa defensivamente, poderá oferecer maior liberdade aos médios para ligar e criarem, a Darwin, para aparecer solto e atacar o espaço, e a Rafa, para desequilibrar por dentro e atacar, também ele, o espaço.


Porque não começar a dar a oportunidade no onze a Paulo Bernardo na posição onde entrou ontem Taarabt? É que o marroquino pode oferecer a criação que falta, mas como se sabe é um jogador causador de desequilíbrios para a própria equipa pelo risco que coloca nas suas ações.


Principais destaques da partida:


- Rafa Silva: Com mais 3 assistências (já soma 7 no campeonato) foi determinante para o desfecho do resultado. Inconsequente muitas das vezes e com más decisões; se tivesse a pausa e conseguisse definir com a velocidade que coloca nas jogadas estaria há muito noutra realidade. Continua a ser o maior desequilibrador do Benfica.


- Otamendi: O rei do desarme e o jogador com melhor rendimento do atual plantel. Salvou muitas vezes a equipa de sofrer defensivamente na primeira parte. Com bola continua com a bitola elevada - 99 ações com bola, 95% de acerto no passe e 6 passes verticais. O farol da linha defensiva e de toda a equipa.


- Taarabt: entrou para equilibrar a zona média da equipa, mas também para lançar Rafa e Darwin no espaço. Conseguiu fazê-lo com primor.


- Darwin: pelos 3 golos, foi o homem do jogo. O uruguaio pode tornar-se um autêntico monstro no ataque à profundidade, no entanto ainda não consegue ser totalmente eficiente por muitas vezes não se deslocar nos timings certos. Fortíssimo do ponto de vista físico, com faro de golo e com excelente capacidade de remate a médias distâncias, acabou por fazer toda a diferença, apesar de algumas deficiências técnicas e de decisão que continua a revelar.


Redigido por: Diogo Coelho


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