Num momento financeiramente instável e com o "Fair play" da UEFA a bater à porta o FC Porto teve de mudar o seu paradigma no que toca à aquisição de jogadores e ao maior aproveitamento do futebol de formação.
Baseados no projeto do rival Benfica, a direção portista percebeu que, dadas as dificuldades financeiras e pela qualidade do talento luso, a aposta na formação seria o rumo indicado para ajudar a levantar o clube a nível nacional e internacional. Apesar de não terem uma academia de formação, o FC Porto conta com jovens de inegável talento na fileira e com destino altamente provável, a equipa principal dos dragões. Como ponto alto, a conquista da UEFA Youth League, na época de 2018/2019, o emblema da Invicta apresenta um projeto de formação sólido e com margem de progressão. Desse modo, irão ser individualizados diversos jogadores que estarão porventura a pequenos passos da equipa A e outros que já perfilam no plantel principal portista.
Começando na baliza, temos Diogo Costa, chamado por muitos o "novo Vítor Baía" será o guardião da equipa portista a médio/longo prazo. Ele que tal como, os dois centrais - Diogo Leite e Diogo Queirós - completam o trio de "Diogos" campeões europeus sub 17 e sub 19 pela seleção nacional. Diogo Leite (atual 4º opção do plantel portista para a posição de defesa central) é um central esquerdino, com boa relação com bola, rápido, com boa dinâmica corporal e com uma estampa física assinalável. Já Diogo Queirós apresenta-se emprestado ao Royal Excel Mouscron, atual 11 º classificado do campeonato belga é titular absoluto da sua formação, é um líder (capitão ao longo da formação e atual capitão da seleção sub 21 de Portugal), um central bastante sólido, com enorme personalidade e resiliência, nunca dá um lance como perdido.
Na lateral direito está um grande talento, que seguramente não ficará durante muito tempo em Portugal, falo de Tomás Esteves. Com contrato até 2021, a SAD portista tem urgência na renovação desta pérola do Olival. Jogador de grande criatividade para a posição que ocupa, com uma perceção do jogo muito acima da sua idade, capacidade de drible e de passe, tudo isto aliado a uma boa eficácia defensiva. Tem capacidade de cortar para o meio e criar jogo por dentro, mas também auxilia o extremo pela lateral; não tem medo de tomar a iniciativa de jogo. é um jogador que mostra grande inteligência na tomada de decisão, todas as suas intervenções têm um objetivo concreto. Além disso, vem evoluindo na intensidade com que disputa os duelos individuais a nível defensivo. Precisa de melhorar no posicionamento defensivo, mas sem dúvida um jogador com grande margem de progressão, talvez a par de Yan Couto (jogador brasileiro do Coritiba e associado ao FC Barcelona) os laterais direitos com maior potencial do ano de 2002.
Imagem 1- Tomás Esteves
No meio campo estão 2 jogadores que se conhecem há muito tempo, Vítor Ferreira e Fábio Vieira. O primeiro, conhecido por Vitinha, é um médio de grande qualidade, com tomada de decisão em zonas de criação e no último terço, boa capacidade motora que o permite sair de zonas de pressão com bola controlada. Apesar do aspeto franzino mostra boa capacidade de pressão e no momento de recuperação decide com notável critério, permitindo à equipa partir para transição. A continuar assim, será aposta regular do treinador dos dragões. Fábio Vieira é um médio de características diferentes, menos intenso na pressão, mas com bons níveis de criatividade e com uma capacidade de passe acentuada. A sua ascensão poderá estar próxima dado a chamada à seleção sub 21 nacional e as boas atuações na equipa secundária. Ultimamente a jogar como médio interior na equipa B, poderá passar por aí o seu posicionamento no momento de subida à equipa principal. Com a bola colada ao pé esquerdo, apresenta um drible curto e uma qualidade de passe, que lhe permitem jogar entre linhas ou em zonas mais recuadas. Um jogador a ter muito em conta!
Romário Baró é outro dos médios de grande nível, mas este já conhecido pela maioria do grande público. Com caraterísticas diferentes dos médios anteriormente falados, é um jogador com atributos a nível físico nesta fase da sua carreira. Tem jogado sob a lateral, com movimentos para dentro e atuando como um terceiro médio. Dadas as suas qualidades poderá apresentar-se como um médio muito capaz na pressão e no futebol de transição, tem a capacidade de participar na construção e de definir com qualidade, mas também de procurar a profundidade (apesar, de não o fazer muitas vezes). Antes da lesão, apresentava-se como titular, neste momento tem de lutar por um lugar (dado o bom momento de forma de Otávio), mas tem todas as qualidades para agarrar um lugar no onze.
No lado esquerdo existe um jogador demasiadamente pouco falado, Afonso Sousa é o seu nome. Os atributos familiares não lhe passaram ao lado, sempre com a bola colada ao pé direito, apresenta um drible estonteante, com boa habilidade motora, entra para o espaço central com diagonais e remata forte. Procura o espaço central tanto com bola como sem bola, através de movimentos de aproximação à área. Teve um crescimento acentuado fruto do trabalho, principalmente ao nível da finalização conta com 9 golos e 3 assistências em 20 jogos esta temporada.
Por fim, o avançado de 17 anos com cláusula de rescisão no valor de 120 milhões. É sobretudo um jogador de enorme rendimento, com 64 golos em duas temporadas pelas camadas jovens do FCP a nível nacional. Sempre habituado a jogar em escalões acima da sua idade, mesmo assim sempre se destacou. Tem a capacidade de receber de costas e combinar com os médios, de atacar a profundidade, mostra excelente eficácia ao nível da finalização e a nível defensivo condiciona a linha defensiva através de uma pressão intensa.
Tem talento e capacidade mental para se assumir como um dos maiores talentos a nível mundial.
Imagem 2- Fábio Silva
Poderia evidenciar outros jogadores, como Angel Torres, João Mário ou Rodrigo Valente dada a enorme qualidade presente nesta altura no Olival. Cabe ao FC Porto aproveitar este talento e criar um ambiente tranquilo para potenciar estas verdadeiras pérolas.
Redigido por: Diogo Coelho
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