Hidemesa Morita já vai na sua segunda época no Santa Clara e continua a evoluir de jogo para jogo. Internacional A pelo Japão, Morita esteve a um passo de rumar ao clube mais vezes campeão da Turquia (Fenerbahçe) no início da época, mas acabou por ficar e tem sido, uma vez mais, um dos destaques da Liga Bwin .
Segundo quem observou, contratou e de acordo com alguns dos treinadores que trabalharam com ele, Morita pode funcionar como 6, 8 ou até 10, dado o seu conhecimento do jogo e a sua capacidade técnica. No Santa Clara tem dividido o papel entre a posição 6 e 8, num sistema que usa dois médios no centro do terreno.
Para jogar como 6, isolado, cumpre, mas torna-se menos eficaz tendo em conta tudo aquilo que pode dar à equipa em momento defensivo. É um jogador que embora não seja pequeno, não tem estatura para dominar bolas no jogo aéreo e não é combativo no que ao duelo diz respeito.
Na posição de 8 tem oportunidade de expor com maior frequência as suas melhores características. Morita é um médio bastante eficiente, inteligente e evoluído tecnicamente. É um jogador que consegue levar o jogo consigo, tem técnica suficiente para recorrer a recepções orientadas, atrair pressão e procurar o espaço para levar para a frente o jogo ofensivo da equipa. Fixa muita vez os adversários, dando a ideia que vai soltar tarde de mais quando, na verdade, o que tenciona fazer é chamar a si a oposição para depois conquistar o espaço nas costas e conseguir associações com Lincoln e companhia.
No que toca a poder jogar a 10, ainda não temos grandes dados nesta aventura pelo Santa Clara. Contudo, pelas soluções técnicas, pela visão de jogo e tomada de decisão poderá pressupor-se que também esse posicionamento seria adequado, estimularia e potenciaria muitas das suas qualidades. Seja a receber com o pé esquerdo e passar com o direito (dominante), seja a receber com o direito e colocar curto ou longo com o pé esquerdo (pé menos forte), o japonês mostra uma ambidestria e eficiência no gesto técnico sempre importantes no futebol atual pela velocidade a que hoje se pretende jogar e, ainda para mais, no centro do terreno de jogo. Sempre que se sente em aperto é capaz de recorrer a pormenores técnicos que iludem o adversário e que lhe permitem sair de zonas de pressão.
É um jogador que é internacional pelo seu país e já teve no Fenerbahçe a sua hipótese de rumar a um clube que lute por títulos e jogue competições europeias. Os dirigentes máximos dos açorianos decidiram ficar com o japonês e em boa hora, porque nos permite desfrutar de um jogador de alto nível na nossa liga e que muita vez é peça chave para desequilibrar os jogos a favor da sua equipa.
Redigido por Bruno Francisco
Sou o Bruno Francisco, Formado academicamente em Exercício Físico, mas apaixonado por Futebol. Adepto de ver o que se passa no jogo sem clubite, fiz formações no sentido de me tornar analista de desempenho coletivo e individual.
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