O Gil Vicente é uma das equipas que espalha um bom futebol no nosso campeonato. Ricardo Soares tem conseguido colocar o seu coletivo a praticar um futebol positivo e para isso também tem contribuído a qualidade individual dos seus jogadores. Nesta análise vamos focar-nos nos dois médios interiores que representam o motor e coração desta equipa: Pedrinho e Fujimoto.
Pedrinho
Já não é de agora que Pedrinho é um dos jogadores que melhor joga em Portugal fora dos "3 grandes", contudo a época do Gil Vicente está a trazer-lhe os holofotes que nunca teve.
O médio português tem uma técnica elevada e um conhecimento tático refinado que lhe permite sair várias vezes de situações de pressão sem perder a bola. É por ele que passa todo o jogo do Gil Vicente. Excelente ao nível do passe e recepção, coloca a bola no colega com melhores condições para criar com mais espaço e tempo.
Apesar de já ter 29 anos está ainda a desenvolver capacidades que ainda não eram ão conhecidas, nomeadamente na definição do último passe que já lhe deu um número fantástico de 9 assistências para golo na época.
Outro aspecto em que cresceu foi no compromisso defensivo onde contribui imenso na ajuda que dá ao trinco quer seja em momento de organização defensiva, onde forma uma dupla de campo ao lado do 6, quer seja em transição onde procura equilibrar a equipa ou fazer falta que permita recuperar e organizar.
Fujimoto
O médio nipónico é a outra peça chave desta equipa. Se o sistema base da equipa é 4x3x3 com Pedrinho ao lado de Fujimoto com a cobertura de um 6, já em momento de organização defensiva, o Gil Vicente apresenta um 4x4x2 com Pedrinho ao lado do 6 e Fujimoto ao lado de Navarro a pressionar a saída de bola adversária.
Fujimoto é um jogador rápido, bastante móvel e disponível para o sentido coletivo. Dentro do estilo de jogador asiático, aparenta estar sempre ligado à corrente.
Enquanto Pedrinho é o maestro no centro do terreno, Fujimoto é o médio interior que procura fazer rupturas nas costas dos laterais assim como descair nos corredores para criar superioridade, arrastar centrais (como Vertoghen fez várias vezes) e abrir espaço para que o lateral consiga entrar por dentro.
Tabelas, dinâmicas de terceiro homem, ruturas… Assim é o jogo de Fujimoto que, por ser um jogador mais de associação do que de último passe, não apresenta números de assistências ou golos que impressionem, mas a sua importância para Ricardo Soares está à vista.
Redigido por Bruno Francisco
Sou o Bruno Francisco, Formado academicamente em Exercício Físico, mas apaixonado por Futebol. Adepto de ver o que se passa no jogo sem clubite, fiz formações no sentido de me tornar analista de desempenho coletivo e individual.
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